Cerca de uma centena de filmes de alunos de Portugal, Brasil e outros países de língua portuguesa vão estar a concurso na secção competitiva dos Encontros de Cinema de Viana do Castelo, entre 02 e 14 de maio.
Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor executivo dos Encontros de Cinema de Viana (ECVC), Rui Ramos, avançou que “este ano, pela primeira vez”, o festival “entregará o Prémio PrimeirOlhar Graça Lobo, que homenageia a cineclubista, formadora de cinema e primeira coordenadora do Plano Nacional de Cinema”, que morreu em dezembro.
Até aqui, a distinção era dividida em dois prémios, o oficial e o de cineclubes, financiado pelas federações cineclubistas de Portugal e da Galiza, em Espanha. Este ano, a organização decidiu criar um terceiro galardão, sendo que o valor varia entre os 1.500 e os 500 euros.
Segundo Rui Ramos, que falava a propósito de uma nota hoje divulgada pela organização do evento, “a secção competitiva dos ECVC é destinada a filmes e documentários realizados, em contexto de escola, por alunos de cinema, audiovisual e comunicação de Portugal, Galiza, Brasil e outros países de língua oficial portuguesa”.
A secção Olhares Frontais, “com curadoria do realizador e professor Pedro Sena Nunes, é dirigida a alunos de escolas de cinema, de audiovisuais ou comunicação, e por participantes em cursos de documentarismo promovidos por outras entidades nacionais e internacionais”.
Organizados pela Associação AO NORTE, em parceria com a Câmara Municipal de Viana do Castelo, que suporta um orçamento de 60 mil euros, os Encontros de Cinema de Viana “procuram proporcionar um espaço comum de partilha, formação e debate em que confluem estudantes de cinema e das escolas da região, cineclubistas de Portugal e da Galiza e público em geral, enriquecido com a participação ativa de profissionais deste meio artístico”.
“Os ECVC têm um conjunto de ações orientadas para todos os graus de ensino, desde o pré-escolar até ao ensino superior. Temos sessões muito orientadas para o público de Viana do Castelo, para os diferentes graus de ensino, com propostas muito específicas que podem ser trabalhadas em contexto de sala de aula, ações de formação vocacionadas para os alunos e professores”, sublinhou.
As ações previstas no programa decorrerão “nas escolas da região, quer através da exibição de filmes em ambiente escolar, quer na apresentação pública dos vídeos realizados com alunos no âmbito do projeto Escolas em Grande Plano”.
Haverá ainda “oficinas para alunos, uma mesa-redonda para discutir a forma como o cinema pode ser uma ferramenta importante da educação e uma ação de formação para professores”.
Rui Ramos destacou ainda a Conferência Internacional de Cinema de Viana como sendo “um espaço de reflexão e de partilha de experiências visando a construção de uma comunidade internacional ligada por ações e interesses comuns”.
Este ano a conferência abordará temas como as relações entre cinema, arte, ciência e cultura; cinema e escola, e fotografia e memória.
O programa do evento “volta a promover o ‘Work in Progress’, um espaço de debate em torno de projetos de investigação em desenvolvimento no contexto de mestrado e doutoramento da área de cinema, audiovisual e novos media”.
A programação da edição de 2023 integra ainda o curso de antropologia visual destinado a estudantes de graduação e pós-graduação, cineastas, documentaristas, artistas e cientistas sociais, um programa desenvolvido pela EFA — European Film Academy e uma seleção feita por uma escola internacional de cinema convidada para a edição deste ano.
Paralelamente, “será ainda promovido o Encontro Luso-Galaico de Cineclubes 2023, onde se reflete sobre a atualidade desta rede alternativa e as perspetivas de futuro para a exibição não comercial em Portugal e na União Europeia”.
O programa vai organizar ainda, em colaboração com o estabelecimento prisional de Viana do Castelo, uma exibição especial para reclusos. A exibição será seguida de um debate, moderado por Daniel Maciel.